Comprar e construir imóveis pode se tornar inviável para muitos, caso o atual texto da reforma tributária não seja ajustado. Essa preocupação foi expressa por representantes do mercado imobiliário durante o Seminário Real Estate, promovido pelo Lide, na manhã desta sexta-feira (28/06/2024).
Segundo cálculos do setor, seria necessário aumentar o preço dos imóveis em 15% para cobrir a nova carga tributária. Um estudo apresentado pela Frente Parlamentar da Habitação e do Desenvolvimento Urbano Sustentável indica que a reforma pode elevar o custo dos aluguéis mais do que dois anos inteiros de inflação controlada e aumentar o valor de compra dos imóveis em 10%.
“O brasileiro já tem dificuldade de comprar imóvel hoje. Se aumentarmos o preço para atender à alíquota proposta, será preciso reduzir a atividade. Espero que eles cheguem ao número correto, para que não precisemos discutir no Senado”, afirmou Luiz França, presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).
Atualmente, a tributação das atividades imobiliárias é reduzida, com a incorporação sujeita ao RET (Regime Especial de Tributação) e a locação isenta de ICMS e ISS. Contudo, com os novos tributos CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), um imóvel de R$ 200 mil pode pagar 23,2% a mais de imposto, enquanto um de R$ 2 milhões dobrará a alíquota atual.
Cálculos da Tendências Consultoria, apresentados pelo Secovi-SP, apontam que a reforma dobrará o custo tributário da administração de imóveis, passando de uma média atual de até 8,65% para 17,49%. Na locação, a carga tributária pode aumentar em 134%, fazendo um aluguel de R$ 3.500 subir para R$ 3.887.
O impacto é ainda maior para loteamentos, com um aumento previsto de 226,10% na tributação. O setor defende que o crédito seja feito após a compra de glebas, para que as incorporadoras possam desenvolver os condomínios e só depois obter o crédito tributário.
Rodrigo Luna, presidente do Secovi-SP, argumenta que moradia não pode ser considerada um serviço e que a proposta de reforma precisa garantir simplificação e neutralidade tributária. A Frente Parlamentar sugere aumentar o desconto nos tributos para novos empreendimentos imobiliários de 20% para 60%, reduzindo a alíquota para operações imobiliárias de 22% para 11%.
Os deputados federais Fernando Marangoni (União-SP) e Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) se comprometeram a orientar suas bancadas para ajustar a regulamentação. O relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), expressou preocupação com a celeridade da votação na Câmara e a necessidade de correções para evitar problemas na emenda constitucional da reforma.
Os grupos de trabalho devem concluir os relatórios e discutir com o Ministério da Fazenda até terça-feira (2), apresentando o parecer final ao presidente da Câmara, Arthur Lira, na próxima quarta-feira (3). A votação está prevista para ocorrer em 10 de julho.
Informações retiradas de Ana Paula Branco ao Estadão
Geração que compra menos imóveis e efeito Airbnb: o que explica o aumento no preço dos aluguéis em Brasília? Dados do Sindicato da Habitação do Distrito Federal mostram aumento de 31% no valor. Por Carinne Souza, g1 DF — Brasília
Os números estão detalhados no Boletim de Conjuntura Imobiliária, que será divulgado hoje pelo Sindicato da Habitação do Distrito Federal (Secovi-DF). O Valor Geral de Vendas (VGV) de janeiro de 2025 alcançou R$ 2,36 bilhões, contra R$ 1,73 bilhão do...